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Moradia compartilhada cresce no país, com promessa de estilo de vida mais econômico e prático

Postado por Casa Antiga em 14 de maio de 2019
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A empresária Claudia Gambaroni, 40, morava sozinha em um apartamento alugado distante do centro de São Paulo. Há um mês, ela se mudou para um prédio na Vila Olímpia e divide seu dia a dia com 332 pessoas. Ela mora no Kasa 99, primeiro prédio dedicado exclusivamente à moradia compartilhada do Brasil.

Claudia aluga um quarto privativo single de 23 metros quadrados com banheiro e uma cozinha pequena. Lavandeira, cozinha completa, salão de jogos e espaço para reuniões são compartilhados com os demais moradores.

A mudança, garante ela, valeu a pena: “Tenho mais praticidade porque estou no coração de São Paulo e tenho tudo que preciso no próprio condomínio, principalmente um espaço para realizar reuniões de trabalho.”

A empresária afirma já ter morado em um imóvel compartilhado em Barcelona, na Espanha. Por este motivo, ela garante que a adaptação no Kaza 99 está sendo fácil. “Estou vivendo a fase do desapego. Não preciso mais ter a minha máquina de lavar, nem os meus utensílios de cozinha. Descobri que não preciso de tantas coisas para viver bem”, afirma.

Claudia aderiu a uma tendência comum no exterior — especialmente em Nova York (EUA) — que está chegando ao Brasil: o coliving.

Com o crescimento da economia compartilhada, os brasileiros enxergaram neste modelo uma forma para cortar custos, ter companhia e morar mais próximo do trabalho e do centro da cidade.

De acordo com Renato Marostega, gerente-geral do Kaza 99, o condomínio foi lançado há 10 meses para receber os universitários da região. Hoje, contudo, esse público representa apenas 30% dos moradores.

“Recebemos muitos profissionais e estrangeiros, em torno de 30 anos, que trabalham nos arredores da Vila Olímpia ou que estão realizando projetos temporários em São Paulo”, afirma.

Com 243 apartamentos, o condomínio tem aluguel a partir de R$ 2.600.

 

Resistência
Apesar de estar em alta, o imóvel compartilhado ainda sofre resistência pela baixa divulgação do modelo e perda de privacidade dos moradores, avalia Deborah Seabra, economista do Grupo Zap.

Levantamento exclusivo realizado pela holding aponta que 30% dos brasileiros que buscam imóveis para locação aceitariam morar em uma residência compartilhada.

Proprietários de imóveis, por sua vez, são mais resistentes: apenas 8% aceitariam compartilhar suas casas com outras pessoas.

Entre as justificativas para quem aceita o coliving estão “dividir as despesas” e “aumentar a renda”. Já aqueles que rejeitam o modelo destacam  a “falta de privacidade” (35%), preferência por “morar sozinho” ou “só com a família” (18%) e “insegurança de morar com estranhos” (12%).

A psicóloga Renata Franco, de 30 anos, transformou a casa em que mora — de propriedade de sua mãe — em um grande espaço de coliving. O imóvel, localizado no Ipiranga, na zona sul de São Paulo, possui cinco dormitórios para inquilinos, todos com ar-condicionado e frigobar.

A própria Renata é a responsável por cobrar os aluguéis e gerenciar o cumprimento das regras, como gestão do lixo, horário para recebimento de visitas e limite de barulho. Isso porque, para criar uma relação mais próxima com os moradores, ela não faz intermediação com imobiliária e não cobra depósito caução.

“Avalio o tipo de pessoa que coloco dentro da minha casa, porque muita gente extrapola o benefício. Recebi meninas que ligaram a máquina de lavar às 3h da madrugada”, diz a proprietária, que afirma não receber casais e homens em sua casa.

 

Novo estilo de vida
De acordo com Deborah, do Grupo Zap, o coliving tende a crescer no Brasil porque não está associado à crise do país, mas sim ao novo estilo de vida de alguns brasileiros. “Há moradias compartilhadas que compensam mais do que apartamentos pequenos no centro de São Paulo”, diz.

Mas antes de fechar contrato, alerta, é necessário pesquisar a localização e conversar com o inquilino. “O locatário precisa avaliar se o imóvel está no centro da cidade e se tem fácil acesso a transporte público”.

 

Fonte: Época Negócios.

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